Festas juninas aquecem o turismo cultural nas cidades patrimônio mundial do Brasil

Bandeirolas, culinárias e as danças de quadrilha são parte da tradição que encanta os turistas em grandes festejos pelo país.

Capaz de movimentar bilhões de reais na economia, as festas juninas têm grande importância como prática cultural em todo o país. Tradição de origem portuguesa, os festejos inicialmente eram de caráter familiar e comunitário, mas, a partir dos anos 1970, se tornaram grandes eventos. Em grande parte pela iniciativa de prefeituras, as festas juninas receberam investimentos, que resultaram em grande projeção turística para as cidades.

Segundo o pesquisador Luís da Câmara Cascudo, as festas juninas brasileiras foram recriações de outras festividades européias, mais especificamente portuguesas, tinham um caráter familiar e comunitário e eram envoltas de uma atmosfera ritualística permeada por aspectos religiosos e míticos.

Segundo relatos bíblicos, Isabel, a mãe de João Batista, era estéril e estava em uma idade avançada. Quando engravidou, disse à sua prima Maria –  depois mãe de Jesus Cristo -, que comunicaria o nascimento de seu filho acendendo uma grande fogueira. Essa seria a explicação para a prática de acender fogueira na noite de 23 de junho. Por outro lado, se atribui às fogueiras a práticas pagãs, como forma de espantar as pestes da lavoura.

As festas juninas, enfeitadas com bandeiras e balões, são procuradas pelas diferentes atrações, como danças de quadrilha, casamento na roça e a culinária especial, onde a influência indígena é bastante presente. Com mandioca e milho são preparados os pratos principais da festa, como bolos, salgados, pé-de-moleque, pamonhas, canjicas, cuscuz e cural.

De acordo com o presidente da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), Mário Nascimento, o turismo relacionado aos festejos juninos desempenha um papel significativo para as cidades históricas, trazendo uma série de benefícios econômicos, culturais e sociais. “Os arraiás atraem um número expressivo de turistas, injetando recursos na economia local, beneficiando comércio, restaurantes, lojas, hotéis, contribuindo para o desenvolvimento sustentável dessas comunidades”, pontuou.

Rio de Janeiro: tem festa de São João da Zona Sul até a Barra da Tijuca

O Rio de Janeiro (RJ) está a todo vapor com sua agenda de festas de São João recheadas de atrações típicas, delícias culinárias e muita música. Desde a zona Sul até a Barra da Tijuca, há eventos para todos os gostos e bolsos. Alguns arraiais oferecem entrada gratuita, tornando-os acessíveis para todos os públicos. Prepare-se para dançar quadrilha, saborear comidas típicas e viver uma experiência cultural única.

Olinda: é São João estilo raiz

O Centro Histórico de Olinda (PE) também recebe festas de São João que se caracterizam pelo formato raiz, com uma programação extensa. A Prefeitura de Olinda realiza as atrações na Praça do Carmo e também o Circuito do Milho, que acontece na Feira de Peixinhos, Sítio Novo, Feira de Rio Doce, Centro Comercial de Ouro Preto e Alto da Bondade. Além disso, o município apoia outras apresentações na Marim dos Caetés.

Salvador: tem festa de São João no Centro Histórico

O São João do Centro Histórico proporciona um verdadeiro clima junino no coração de Salvador (BA), com uma programação que envolve shows, brincadeiras, gastronomia, artesanato e demais atrativos para o público. A festa junina na região tem apoio institucional da Prefeitura, com festejo no Circuito Pra Lá de Bão, Coreto do Largo, Largo do Pelourinho, Estação São João, Largo do Cruzeiro de São Francisco, Circuito Pra Ficar Mió na Praça da Sé, Trezena de Santo Antônio e na Rota Gastronômica Sabores do Interior. 

Ouro Preto dá vivas ao São João

Ao longo dos meses de junho e julho, a cidade histórica de Ouro Preto (MG) é marcada pelas tradicionais festas juninas que tornam essa época do ano uma das mais especiais para visitar a cidade. Barraquinhas de comidas típicas, danças, brincadeiras e uma variedade de cores simbolizam a chegada das Festas de São João. A programação é diversificada, com festas espalhadas por diferentes bairros e distritos, organizadas pela comunidade com apoio da Prefeitura Municipal.

Diamantina: festança na Praça

A Festa Junina de Santo Antônio, na Praça do Mercado Velho, em Diamantina (MG), vai acabar! É mentiraaaaaa! Quem já esteve por lá sabe que a festança é muito boa, com brincadeiras, quadrilhas e apresentações musicais, além, claro, de várias barraquinhas com bebidas e comidas típicas. A festa, que homenageia o padroeiro de Diamantina, tem o apoio da Prefeitura Municipal.

São Luiz: maior festa de São João do mundo

As festas juninas de São Luís (MA) tem uma programação diversificada, com grupos de bumba meu boi dos mais diversos sotaques, grupos de dança portuguesa, cacuriá, quadrilhas e arraiás itinerantes promovido pela Prefeitura. O São João no Bairro possibilita que todos possam vivenciar os folguedos próximos de suas casas. E assim, incentivar a geração de renda, movimentando a

 economia das diversas comunidades que têm uma oportunidade a mais para comercializar seus produtos. 

Goiás: concurso de quadrilhas

O Arraiá de Vila Boa em Goiás (GO) revive a tradição com concurso de quadrilhas. Com cavalheiros de um lado e damas para o outro, a festa junina da cidade traz a dança, música, fogueira, barraquinhas com comidas típicas e desfile de charretes. 

Circuito junino em Paraty

A cidade de Paraty (RJ) promove o Circuito de Festas Juninas com programações que duram todos os fins de semana nos meses de junho e julho. O intuito é reviver as tradições ligadas à festa de São João no município, com comidas típicas e atrações musicais para animar o público.

São Cristóvão: São João da Tradição

Em São Cristóvão (SE), a Prefeitura preparou o São João da Tradição com festas na antiga Estação Ferroviária, no Centro Histórico e nos bairros. O objetivo é estimular a economia criativa, promover a criação de arraiais pela cidade e preservar as manifestações culturais inerentes ao ciclo festivo, respeitando a tradição.